Depoimentos
Simone Berci Françolin
Simone Berci Françolin

Aprovada no concurso para Promotora de Justiça do Paraná, Simone Berci Françolin (São Paulo/SP) envia belo depoimento, dá dicas importantíssimas aos concursandos que ainda estão na luta e afirma: “(...) Foi quando surgiu a família JEMPE em minha vida. Fui muito disciplinada, separava um dia religiosamente para a realização das “rodadas”, e, logo vi evolução. As questões eram pertinentes e as correções muito bem elaboradas. Aliás, depois disso, passei em três segundas etapas consecutivas, sendo uma da magistratura e duas do Ministério Público”.



Simone escreveu:



“Kairós” – “o momento oportuno”

A minha relação com o concurso público foi árdua e longa, mas posso afirmar que com a aprovação no concurso do Ministério Público do Estado do Paraná, além de profissionalmente realizada, sinto-me uma pessoa muito melhor e preparada para os desafios da vida!!

Ingressei à faculdade com o sonho de ser advogada, e, assim, conduzi todas as minhas escolhas direcionadas à seara privada. Surpreendentemente, no final do quinto ano, passei a ter contato com a área de direitos difusos e coletivos, nela me encontrando. Foi à partir daí que novos horizontes se abriram, surgindo, então, o desejo de ingressar na tão sonhada carreira do Ministério Público.

De início, percebi que tinha facilidade para resolver as questões de primeira etapa. Seguindo o conselho de colegas mais avançados, e sem resistir à criticada técnica de leitura incessante do vade mecum, associada aos estudos de livros e materiais, fui muito bem sucedida na etapa inicial em quase todos os concursos que prestei. Pensei, então: “só estudar um pouco mais, que a sonhada aprovação será alcançada”, época em que estudava mais de oito horas por dia.

A dificuldade surgiu quando me deparei com a segunda fase, a dissertativa. Percebi que teria que enfrentar novos desafios, sendo, a transposição da área privada para a pública a mais complexa delas - peças, sistemática de atuação, função, quadro de carreira – tudo era muito novo para mim. Logo, reforcei os estudos.

Diferentemente da fase anterior, as questões de segunda etapa exigiam um estudo específico, tanto dos temas, como da banca examinadora, além do elemento imprevisibilidade quanto aos critérios de correção. Fator este que, aliás, eu torço para que melhore em nosso pais. E, após algumas segundas etapas, percebi que estava “quase lá”... mas, sempre faltava alguns míseros décimos de ponto, que adiavam a minha realização. Não era, portanto, uma questão de “só estudar”, como eu imaginava, mas sim de desenvolvimento de outras habilidades.

Foi quando surgiu a família JEMPE em minha vida. Fui muito disciplinada, separava um dia religiosamente para a realização das “rodadas”, e, logo vi evolução. As questões eram pertinentes e as correções muito bem elaboradas. Aliás, depois disso, passei em três segundas etapas consecutivas, sendo uma da magistratura e duas do Ministério Público.

Com a empolgação do momento, reduzi ao máximo a convivência com a família, amigos, namorado. Mas, infelizmente, a minha relação com o concurso público não estava tão próxima de ter um fim. Foi quando passei por uma reprovação na fase oral no Ministério Público de São Paulo, meu estado de origem, no final de 2013.

Passado o sentimento “fúnebre”, decidi então mudar completamente a vida.

Consegui identificar que a minha dificuldade não era conteúdo, e, que, assim, deveria aguardar pela próxima oportunidade com a cabeça erguida e em equilíbrio. Reatei laços familiares, ativei finais de semana, convivi muito mais com meus amigos, procurei auxilio espiritual, iniciei a pós graduação, e, também, comecei a trabalhar em um escritório na área de Improbidade Administrativa. Posso afirmar, com certeza, que a minha vida ganhou mais sentido, e, o estudo para o concurso público, de aproximadamente três horas por dia, foi muito mais eficaz e prazeroso.

Assim, esse depoimento, que deve ser datado do dia 16 de março de 2015, dia de minha aprovação no Ministério Público do Estado do Paraná, revela que o segredo mesmo é: (i) não desistir, (ii) manter as pessoas que você ama por perto, (iii) acreditar que tudo tem um tempo oportuno para acontecer; e; (iv) equilíbrio espiritual para segurar o peso dos anos de estudo e da responsabilidade que depositamos em nós mesmos.

Deixo como lição para aqueles que estão no árduo caminho da aprovação, que sejam perseverantes e tenham a consciência que de tempos em tempos as necessidades e problemas mudam, exigindo novos comportamentos e respostas, sob pena de nos aprisionarmos em um círculo vicioso que, não raro, é exageradamente frustrante. Talvez, se não tivesse identificado minha dificuldade com a segunda etapa e procurado o JEMPE, o final da história teria sido completamente diferente.

Também recomendo que aprendam a seguir as regras do jogo, elas não vão mudar porque você delas discorda. De modo que não se abale com eventuais abusos na condução dos certames, com anulações de questões notoriamente corretas, com a manutenção de questões patentemente erradas, com correções desprovidas de critério de uniformidade, com anulações que ultrapassam vinte por cento da prova. Só você tem a perder com isso, tempo e energia. Enfim, não sejam vítimas de suas reprovações, ninguém chega à posse sem vencer os tropeços do caminho, e, ao contrário, chega primeiro quem melhor consegue lidar com elas.

Espero que tenha ajudado e inspirado os colegas com o meu depoimento. Fico à disposição da família JEMPE.

Simone Berci Françolin

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